Se um dia a saudade me rasga
No outro a solidão me costura
Fico certo ou de lado a curva
Na linha que me atura e me puxa
Na mão de um retalho padrão
Um referencial humano
Sem diferenciais no entanto
Mais um igual no meio de tantos
Bonecos, fanhos e estranhos
Sou mais um pano
Firme por horas
Inferior nas dobras
Juntado pelas sobras
Lápida a ferida por partes
Que meu corpo risca
Sem riscos, arrisco a cor de sangue..(Não vaza)
Não acende uma faisca
De pano sujo cinzento
Porque o algodão é vermelho
Meu coração é vespeiro
Do peito parceiro
Que me costurou e me pois a alma
Com uma cabeça calma
E no espaço curto desalinhado
Sempre fui desajeitado
Não gosto de andar
E sim de ficar, parado....
Sou outro boneco de pano
Simples, mais humano
Acostumado e desconfortavél
Partido embora juntando
Cada pedaço do espaço
Em pequenos meados
Dessa maldita
Manutenção sem fins..