Poemas : 

Fantoche.

 
Se um dia a saudade me rasga
No outro a solidão me costura
Fico certo ou de lado a curva
Na linha que me atura e me puxa
Na mão de um retalho padrão

Um referencial humano
Sem diferenciais no entanto
Mais um igual no meio de tantos
Bonecos, fanhos e estranhos

Sou mais um pano
Firme por horas
Inferior nas dobras
Juntado pelas sobras

Lápida a ferida por partes
Que meu corpo risca
Sem riscos, arrisco a cor de sangue..(Não vaza)
Não acende uma faisca
De pano sujo cinzento
Porque o algodão é vermelho

Meu coração é vespeiro
Do peito parceiro
Que me costurou e me pois a alma
Com uma cabeça calma

E no espaço curto desalinhado
Sempre fui desajeitado
Não gosto de andar
E sim de ficar, parado....

Sou outro boneco de pano
Simples, mais humano
Acostumado e desconfortavél
Partido embora juntando
Cada pedaço do espaço
Em pequenos meados
Dessa maldita
Manutenção sem fins..




 
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Beto
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