Atinge a curva alagada,
Antes no inverno, lá passam os tropeiros.
Os campos da vacaria na água com o chapéu enluarado.
Sabe que o peão, o boi, paca, capivara, o rio Paraguai,
Pousa palavra, o cavalo pula, os olhos abertos perdem-nos.
O galope já encontra água, o rio já é um mar.
Passo o largo, baio, não entra por onde nascem caraguatás,
Penetra terra, espalha o ventre e vai o nascer em sertão,
Mas o estufador de camisas ainda corre e ganha o Paiaguás,
Sobrevoa o tuiuiú, balança asas a garça.
É o galpão que sinto casa, também nos corixos,
No passo de quem talvez não volte, água já cobre cercas,
No caminho que não houver água, há ipês pintados,
Pescador, jacaré, não sobe a serra, a Bodoquena.
É tempo da cheia.
Fabiano Reis