Cristalizo o soneto da alma
Ao qual sou submetido
Com a mais pura e bela calma
Sinto-me desmedido.
Não sendo o soneto o soneto.
Não sendo o que aparenta.
Somente o silêncio obsoleto
E a delicadeza que contenta.
Sinto em redor cada presença,
Cada objecto é tudo.
Lembro palavras de sapiência
Que são o meu actual escudo.
Predisposto para com as lembranças
Que são parte de mim,
Dividido pelas andanças,
Junto a meus entes, nirvana assim.
António Botelho
A arte é um mundo à parte