A chuva que dá pancadas nas telhas,
Pontos luminosos são cinderela.
A negridão pura sem sobrancelhas,
Escarro meus olhos numa janela.
Nestas pupilas está reflectido
Um vulto no líquido destilado.
Plantado neste espaço protegido,
Rasgam-se outros de inveja no seu estado.
E a pressão invariável causa danos
No exterior, remove alguns ciganos,
Caucasianos e angolanos. Lar
Que assim deixa de estar então ao seu alcance,
A tristeza da natureza: chance
Para que possamos então mudar?
António Botelho
A arte é um mundo à parte