Poemas : 

SONETO À MORTE

 
São de flores mortas que as alças se enfeitam
No forte sol que já se estanca
Celeradamente vejo a noite em seu leito
Já tão nítida a dor me espanca!

Há solidões como vícios maturados
Nem palavras consistentes eu vejo
E a nuvem cinza já paira no retrato
A morte enfim vem dar seu beijo...

São de versos doridos que o sonho se maquia
Eles vem teimando em abrir minhas mãos
Só quem tem dentro do corpo a sangria

Entenderá como a folha de vermelho se pinta
Tal como o cárdio e sombrio coração
São de versos doridos essa solidão infinda...


"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)

 
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Ledalge
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Enviado por Tópico
Henricabilio
Publicado: 22/06/2010 20:36  Atualizado: 22/06/2010 20:36
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 Re: SONETO À MORTE
Esta solidão e este apelo à morte possuem a cadência de Florbela, ideia reforçada com a duplicidade sentida na palavra "espanca".

Um abraçooo!

Abilio**

Enviado por Tópico
arfemo
Publicado: 22/06/2010 21:19  Atualizado: 22/06/2010 21:19
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 Re: SONETO À MORTE
"são de versos doridos que o sonho se maquia"...e nesta via se fez poema, vigoroso, forte...

bj

Enviado por Tópico
AuroraRosado
Publicado: 22/06/2010 21:30  Atualizado: 22/06/2010 21:30
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 Re: SONETO À MORTE
Belo soneto. A morte é um momento que inevitavelmente, no mais íntimo de nós, temos de atravessar sozinhos, mas a solidão em vida pode ser já a antecâmara da morte.
Gostei de passar e de pensar por aqui.

Bj

Enviado por Tópico
elendemoraes
Publicado: 22/06/2010 21:41  Atualizado: 22/06/2010 21:41
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Mensagens: 507
 Re: SONETO À MORTE
São belos e intensos os versos do teu soneto, Ledalge.
Retratam a realidade da morte que muitos de nós tentam não lembrar.
Bj.

Enviado por Tópico
Betha Mendonça
Publicado: 22/06/2010 22:05  Atualizado: 22/06/2010 22:05
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 Re: SONETO À MORTE
Texto forte, triste, feminino, com o carmim que maquia a alma da poetisa.
Bjins, Betha.



Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/08/2010 17:57  Atualizado: 07/08/2010 17:57
 Re: SONETO À MORTE
não entendi bem, ó poetisa,
este cantar que aqui deixaste,
pois o meu entender não visa
a ideia poetando plantaste.

para sair desta escuridão
almejo luz neste tema forte:
cantaste a morte da solidão
ou, afinal, a solidão da morte?