Perdeu-se uma letra só,
Um velho olhar a este mundo
Deixado no vento que aqui passa,
Um minuto de silêncio profundo
Em fio de pena que me trespassa.
Fecha-se a porta, solta-se o nó,
A liberdade de sentir e escrever,
Soltar a voz contra todo o medo,
O de quem nada tem a temer
Por agora partir, assim, tão cedo.
Abrem-se dos livros excomungados
As ideias, a fome e a coragem,
Abre-se ao Homem que foi gente,
Nos caminhos da última viagem,
A força de seguir em frente.
Aprende-se de seus olhos fechados
O prazer sábio daquele abraço,
Das palavras por si lavradas
Em todo o tempo, todo o espaço
De Saramago por mim chamadas.
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma