¿Adónde van las palabras que no se quedaron? Aonde vão as palavras que não ficaram?
¿Adónde van las miradas que un día partieron? Aonde vão os olhares que um dia partiram?
¿Acaso flotan eternas, como prisioneras de un ventarrón? Por acaso flutuam eternamente, como prisioneiras de uma ventania?
¿O se acurrucan, entre las rendijas, buscando calor? Ou se aconchegam entre as frestas, à procura de calor?
¿Acaso ruedan sobre los cristales, cual gotas de lluvia que quieren pasar? Por acaso rolam sobre os cristais, que nem gotas de chuva que querem atravessar?
¿Acaso nunca vuelven a ser algo? Por acaso nunca voltam a ser algo?
¿Acaso se van? Por acaso vão embora?
¿Y a dónde van? E aonde vão?
¿Adónde van? Aonde vão?
¿En qué estarán convertidos mis viejos zapatos? O que terão se tornado meus velhos sapatos?
¿A dónde fueron a dar tantas hojas de un árbol? Aonde foram parar tantas folhas de uma árvore?
¿Por dónde están las angustias, que desde tus ojos saltaron por mí? Por onde andam as angustias que dos teus olhos saltaram por mim?
¿Adónde fueron mis palabras sucias de sangre de abril? Aonde foram minhas palavras sujas de sangue de Abril?
¿Adónde van ahora mismo estos cuerpos, que no puedo nunca dejar de alumbrar? Aonde vão agora mesmo estes corpos, que nunca consigo deixar de dar à luz?
¿Acaso nunca vuelven a ser algo? Por acaso nunca voltam a ser algo?
¿Acaso se van? Por acaso vão embora?
¿Y a dónde van? E aonde vão?
¿Adónde van? Aonde vão?
¿Adónde va lo común, lo de todos los días? Aonde vai o comum, o de todo dia?
¿El descalzarse en la puerta, la mano amiga? O descalçar-se na porta, da mão amiga?
¿Adónde va la sorpresa, casi cotidiana del atardecer? Aonde vai a surpresa quase cotidiana do entardecer?
¿Adónde va el mantel de la mesa, el café de ayer? Aonde vai a toalha da mesa, o café de ontem?
¿Adónde van los pequeños terribles encantos que tiene el hogar? Aonde vão os pequenos, terríveis encantos do lar?
¿Acaso nunca vuelven a ser algo? Por acaso nunca voltam a ser algo?
¿Acaso se van? Por acaso vão embora?
¿Y a dónde van? E aonde vão?
¿Adónde van? Aonde vão?
* Silvio Rodríguez Domínguez (San Antonio de Los Baños, Cuba, 29/11/1946) é um músico, poeta e cantor cubano. Expoente da música cubana surgida com a Revolução Cubana, Silvio é um dos cantores cubanos contemporâneos de maior relevo internacional.
bom dia foi com agradável surpresa que vejo este post dedicado a Silvio Rodriguez, o meu mestre em tudo, na música, na poesia, no pensamento, na ideologia. amo o silvio rodriguez e as suas canções de poesia profunda e mensagem universal. para mim silvio rodriguez , fausto e andreas VallenWeider, são os maiores músicos E COMPOSITORES do mundo. OXALÁ QUE HAJA MAIS SILVIOS POR AÍ. SILVIO RODRIGUEZ, UM HOMEM SÓ QUE COM A SUA VIOLA E MELODIA ARRASTA MULTIDÕES. PENA QUE EM PORTUGAL PASSE UM POUCO AO LADO. A SUA SENSIBILIDADE É ÚNICA E INIMITÁVEL!
Estimado poeta, tive a oportunidade de conhecê-lo, pessoalmente e à sua poesia e música de vigor universal. Desde então tenho toda a sua produção musical. Como poeta me sinto inspirado por suas canções libertárias e românticas, como socialista me sinto tomado pelos ideais de transformação social que sua música sempre nos apresenta. Abraço forte.
conheceu silvio rodriguez pessoalmente? rsssr sinto-me com inveja. adoraria conhecê-lo, afinal de contas já o conheço pelas músicas, pelas tantas noites que me deu em bares escondidos, há vinte anos e tal
é urgente silvio rodriguez para quem não conhece
aliás, só se é poeta e só se torna poeta quem já ouviu silvio dominguez rodriguez, quem nunca o ouviu , anda de luz apagada. concorda?