Calo o processo que assim me atraiçoa
Nas vozes do caminho de calçada.
Recaio inconsciente nessa proa
Sem sentir uma alma esperançada.
Corto as mãos pr´a não poder deitar a mão,
Deixo de proteger constantemente,
Passo então a cuidar do meu coração
Sem saber pois o que sou realmente.
E já não mais mereço acarretar
Fardos de confidência elevada…
Talvez também mereça respirar!
Mas nada mais me resta que a talada
Pela qual posso ainda espreitar
E nela posso confessar minha alvorada.
António Botelho
A arte é um mundo à parte