A manhã chega...renasce mais um dia de sanidade em seus raios , ouvem-se pássaros cantar anunciando a beleza e frescura que paira sobre o ar como um toque de piano dando ritmo as notas melodiosas da madrugada...quarto fantasioso do meu exílio leva-me a navegar por suaves sentidos perdidos fazendo-me permanecer distante do bater do coração , sonhos estranhos apoderam-se do meu corpo cansado e torturado sem expressão nem ambição.
O susto de morte revela-se ao acordar e ou adormecer...não aguento estes caminhos estreitos de solidão quebrados e impostos na alma , viajo por este mundo desconhecido à procura dum sinal real , analiso os pares que dançam e as suas formas sociais sem rosto...estou tão longe de sentir uma vida normal como qualquer mortal nas suas mentiras...enquanto vivem mentiras eu perco as suas realidades , agarro-me aos ideais que se escondem pacientemente num presente sem saída.
Arrasto-me sem dor por estas noites de luar de madeira viva axadrezada neste jogo impiedoso das nossas vidas , espero por seguimentos mortais na brisa dum vento que sopra em meu redor...
Sou o doente da verdade , muro lamentável que espera as raízes do mal...estou tão perdido como das primeiras vezes...
Já nada sinto nesta historia
Já nada creio em meu redor
Nunca esperei chegar nem sequer partir separado do corpo e alma...
separei-me...separei-me de ti.
"Lé-me , ó Leitor , se te agrada ler-me , porque muito raramente regressarei a este mundo."
Leonardo Da Vinci