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A LAGOA DO VIOLÃO

 
O mar com suas ondas, pendular mensageiro,
Na praia das torres, num passado lançou,
Para espanto da tribo (que, entretanto o adotou).
Náufrago, um jovem lindo, louro, luso marinheiro...

Com sua guitarra, que conseguira salvar,
Encantava a todos a cantar apaixonadas
Modinhas, fados e lindas coplas desgarradas,
Lembranças de Portugal, das terras de além mar.

Ele e a mais bela virgem da tribo se amaram,
Dos outros o ciúme e inveja despertando!
Que em cruel vingança, uma noite o mataram...

Ela de tristeza se desfez na solidão,
Correndo o seu pranto até morrer, criando.
A bela lagoa em forma de violão!

Por isso, quando se ouve o vento...
Vindo do mar, entre seu ruído se escuta.
A voz do apaixonado a cantar cada canção
De amor. E a lagoa antes serena, toma alento!
Encrespa-se, arfante, amorosa,
Ondulante de paixão..

Pedro Paulo da Gama Bentes
Torres, 25/12/98.



 
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PedroPauloGamaBentes
 
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