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Ardor que basta mas não a Poesia

 
 
Ardor que basta mas não a Poesia
 
Ardor que basta, mas não a poesia.
E a poesia que do sofrimento
Resulta neste mesmo dia-a-dia,
Condena meu intelecto, julgamento!

Meus olhos espigados de cansaço
Ditam o horizonte tão alaranjado,
Na Terra não encontro mais o meu espaço!
Mas o poder já está mais que alagado.

E mesmo louvando às almas do céu,
Só a recusa recebo desse teu
Vácuo dessa tua terra obscura.

E já nada mais me basta que ver
O tempo que não vejo sem o ter…
Só o sofrimento escuro então perdura.

António Botelho


A arte é um mundo à parte

 
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antóniobotelho
 
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