Encontrei no meio do caminho
um amor já morto
que batia dentro do meu peito
era um amor já esquecido,
difícil de se acostumar com a solidão...
Mas uns olhos olharam dentro dos meus
e os reviveram
deram a eles o dom
de ver de novo as cores
e de crer em dias de sol...
Uns olhos novos
novos demais para encarar olhos tão velhos
e desiludidos,
não tive coragem de me expressar,
qualquer palavra macularia
aqueles olhos abismais
onde os meus mergulharam pensando,
refletindo,
e de tanto mentar,
entre a alegria de ainda não ter esquecido completamente o que significa
a esperança,
e a possibilidade e amar de novo,
eis que eu escolhi
andar um pouco mais com esse novo fôlego
e me despedi
daqueles olhos tão jovens...
Não impus o enigma de Doistoievisk,
e prefiri andar ainda mais
nessas noites brancas
mesmo que o mundo diga
que não, que essas noites
existem apenas em São Peterbusgo,
e que a vida não é uma novela russa,
creio que caminhar,
mesmo que digam que não,
que não há niguém nesses caminhos,
adentrei no Tempo,
e quem sabe,
encontre olhos mais velhos
tão velhos
que possam desvendar aquilo
que os meus carregam,
como magia,
num extremo silêncio,
como um loucura divina...