Textos : 

deixa-me mãe. deixa-me.

 


. façam de conta que eu não estive cá .








mãe.
hoje dei o coração à faca, atirei o corpo contra uma memória - estava a ver-me a maldita, no canto da sala à espreita. e hei-de dizer-te estas memórias todas que me esperam em qualquer canto, quando aprender a dizer: mãe, sem me matar primeiro. hoje disseram-me que vou embora, não sei quando ir, não sei por onde, nunca sei, mas se for hei-de atirar-te a faca ao corpo. tenho esta memória de ti: falavas com a saliva no canto da boca, de repente ergueste e metes a faca no pulso. morre longe mãe, morre longe hoje. deixa-me dormir tranquila. deixa-me.









 
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Margarete
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/06/2010 07:17  Atualizado: 18/06/2010 07:17
 Re: deixa-me mãe. deixa-me.
Margarete,
emoções fortes a tua poesia, Belo, Gracias

beijo

Enviado por Tópico
Moreno
Publicado: 18/06/2010 10:19  Atualizado: 18/06/2010 10:19
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 Re: deixa-me mãe. deixa-me. à mar
há memórias cravadas à pele como a lâmina de uma faca.

um beijo

Enviado por Tópico
sampaiorego
Publicado: 18/06/2010 10:43  Atualizado: 18/06/2010 10:43
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2010
Localidade: algures virado para o mar com gaivotas
Mensagens: 1147
 Re: deixa-me mãe. deixa-me.
memórias – um dia ainda vamos assassinar todas as memórias malditas. já tenho um fato preto

beijo mar

sampaio(r)ego


Enviado por Tópico
Avozita
Publicado: 18/06/2010 10:49  Atualizado: 18/06/2010 10:49
Colaborador
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Localidade: Casal de Cambra - Lisboa
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 Re: deixa-me mãe. deixa-me.
Poema profundo de fortes emoções.
Gostei. Bj
Antonieta

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 18/06/2010 12:40  Atualizado: 18/06/2010 20:36
 Re: deixa-me mãe. deixa-me.
Gostei deste poema em forma de texto muito pesado mas bom,
Bjs

Enviado por Tópico
MariaDeCarvalho
Publicado: 20/06/2010 15:13  Atualizado: 20/06/2010 15:13
Da casa!
Usuário desde: 11/03/2009
Localidade: Suiça
Mensagens: 421
 Re: deixa-me mãe. deixa-me.
Quantas vezes escrevi na minha memória:

- E hei-de dizer-te estas memórias todas, quando aprender a dizer: mãe, sem me matar primeiro.

Quando acabei de ler, pensei que podia bem, ser eu, a ter escrito este texto. Tão actual ao longo de tantos anos, que nada amortecem, nem perdoam...