Sorvo todas as ambições do mundo,
Retiro todos os dons espalhados,
Mergulho no horizonte mais profundo
P´ra ver teus desejos realizados.
Unificaria os prazeres fortes
E condensá-los-ia só para ti.
Transcenderia todas essas mortes,
Pois para ti, minha boca sempre ri.
Roubaria o paraíso só p´ra nós,
Onde nos partilharíamos a sós,
Num dualismo de corpos perfeitos.
Pois o céu não chega para cobrir
Teu Eu que não pára de me seduzir…
Pontos negativos em ti, são estreitos...
António Botelho
(in Sonetos)
A arte é um mundo à parte