Eu já lhe falei do mar,
Falei das ondas e das maresias,
E de naus por ele a navegar,
Nas quimeras de minhas poesias...
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Também já lhe falei do amanhecer,
Com o sol nascendo sobre meus temas,
E na minha natureza, você pode reconhecer,
Que há sensibilidade em meus poemas...
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Eu sempre lhe falei das flores,
Vibrando numa variada coloração,
Parecendo me emprestar suas mil cores,
E perfumando as linhas deste meu refrão...
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Eu já lhe falei da vida e da morte,
De viver e morrer nestas nossas sinas,
Falei dos altos e baixos, de sul a norte,
Nos detalhes destas minhas rimas...
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Já lhe falei do seu corpo no meu,
E do desejo que a pele invade,
Das evidências de um EU dentro do EU,
Nesta minha essência de vate...
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Eu já lhe falei de rainhas e reis,
Mas sem me esquecer dos jagodes,
Falei do mundo, e de suas leis,
No sincretismo destas minhas odes...
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Eu já lhe falei de dores incontidas,
E do sangue rolando das escalavras,
Mas elas notaram-se remidas,
Quando estiveram em minhas palavras...
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Mas eu ainda não lhe falei de tudo,
E digo que há no mundo, algo que me completa,
E é o teu amor, que por vezes me põe mudo,
Mas faz brilhar a minha essência de poeta...