O que o tempo não apaga- Da Série " Canções e Re-Versos"
O que o tempo não apaga (EC)
“Rio de Janeiro Hoje é 23 do 3 Como vão as coisas De mês em mês Eu me sento pra escrever pra você Eu reformei a casa Você não soube disso Nem das outras coisas Sabe eu tive um filho Faz tempo que eu me perdi de você Guardo pra te dar as cartas que eu não mando Conto por contar Eu deixo em algum canto... Eu vi alguns amigos Tropeçando pela vida Andei por tantas ruas São estórias esquecidas Que um dia eu quis contar pra você Eu fico imaginando Sua casa e seus amigos Com quem você se deita Quem te dá abrigo Eu me lembro que eu já contei com você E as pilhas de envelopes Já não cabem nos armários Vão tomando meu espaço Fazem montes pela sala E hoje são a minha cama Minha mesa, meus lençóis E eu me visto de saudades Do que já não somos nós...” _ As cartas que eu não mando - Leoni.
Belém, 14 de junho de 2010.
Hoje é dia de te escrever, entre 12 e 14 me apronto, um café forte no copo, caneta ou teclado? Quando as cartas começaram ainda te escrevia em papel, apondo as minhas melhores letras, minha melhor grafia. O tempo seguiu, e sabe de uma novidade? Agora te escrevo no computador, É... Tenho até um Note... Mas não é só isso, são tantas coisas que quero te contar tantas novidades. Ando escrevendo muito, criei até uma série chamada “Canções e Re-versos”,onde trabalho um olhar meu sobre as músicas que gosto, ficou bacana... tu precisas conhecer. Não lembro se te falei da última vez que a Tássia, é a Tássia minha filha, conclui o mestrado em meados de agosto e eu irei para Sampa participar de mais essa alegria. A defesa da tese. Se eu estou orgulhosa? Diria que é um orgulho branco... Penso que te contei que agora canto em dois Corais, que fiz oficina de teatro, curso de dança de Carimbó e vez em quando faço aulas de Dança de Salão, é só coisa bacana... Mas quero tanto te contar que tem dias que a solidão me assombra, tem dias que enjôo de ser tão livre e tão só... Sabia que choro? Minhas emoções oscilam bastante, meus sentimentos navegam entre a alegria e a tristeza, e tem semanas ai que passo apertadinho... Mas o bom é que elas passam. E orgulhosamente te conto, não preciso de remédios. Viu como estou moçinha? Tem dias que ainda que calor aqui na minha cidade, faz frio em mim... Às vezes quero tanto saber de ti, desejo tanto notícias tuas, que tento me transportar para ti, tudo que acho é só um vazio... Conta-me? Vocês já casaram? E a tua garota já espera bebê? E o que tens feito? Onde estás trabalhando? Imagino que ficará bem de grisalho, tiro isso pelos teus irmãos mais velhos, acho que deves ter ficado melhor com a maturidade... Penso que deves ser um médico excepcional, tamanha a humanidade que há em ti. Pois é, tenho caixas e caixas de cartas para ti, tenho o coração cheio, derramando de um doce lembrar... Deixa eu te dizer uma coisinha só que se repete em quase todas as cartas, mas sempre peço que me deixes te contar... Como sinto falta de ti, Imensamente... Ainda que até décadas e décadas possam passar... Tu estás escrito em mim, com letras indeléveis, Cravado qual brilhante (que tu és) na minha alma, Tatuado em minha pele misturado a minha derme...
Mas eu sigo assim... E te juro, sabia que sou feliz? Por falar nisso ainda ontem vindo do Arraial do Pavulagem depois de ter dançado o show todo, comentei com a Bianca, é a Bianca, minha sobrinha, lembra? Então vinha conversando com ela que quem me apresentou o Pavulagem foste tu, assim como O Auto do Círio, A Lia Sophia e tantas outras coisas bacanas, e ela falou assim: Esse sim tia fez a diferença. E fez mesmo, toda a diferença, transitou nos meus dias e deixou sua marca, disse a que veio e imprimiu a certeza de uma passagem muito positiva na minha vida... Pois é, É isso... Outro dia falamos mais...
# Acho que essa deve ser a de número, deixa eu ver... Ah, sei lá... É só mais uma para a coleção...