Nos momentos de despedida sinto-me como uma ânfora do bordo de um navio jogado tendo em mim um tênue cheiro de cânfora, parecendo ter sido eu embebido em suco de canforeira.
Como luz branda sob o céu desponta aflorada as experiências no mar errante, andante, sem destino fugindo, chegando, correndo ou parando sob a imensidão sem fim com a alma embebida ainda ao cheiro hora de mar, hora de cânfora ainda embebida em meu ser com calor ou frio seguindo ainda meu destino mar a fora ao encontro de quem sabe o destino ou ao além mar, seguindo em frente ao despertar de um novo amanhã , um novo momento um novo viver ao entardecer ou ao amanhecer com novos horizontes com ou sem destino, fluido na cânfora até adormecer seguindo passos ao anoitecer de um destino pelo meu ser a descobrir meu velho ser neste mundo a fora, envelhecer vendo belas paisagens a contemplar semblantes diferentes de seres de cada ser encontrado , assim um novo amanhecer despertando novamente a ânfora daquele cheiro forte a me embeber nutrindo assim a ânsia de viver.
Luciano Ebeling Fonseca