Queria poder entender melhor o universo de Enzo, daria uma história; daria para navegar nesta hipótese como algo inusitado. Não existe o mundo de Enzo, e sim, Enzo é um mundo... Para tornar-me parte deste mundo, preciso infiltrar-me; descobrir a porta da entrada; para cada porta haverá uma chave, um código, uma interpretação...
Ele guarda em si, os enigmas que necessariamente quero me aproximar para tentar fazer parte e entendê-lo; vou precisar me envolver com seus aspectos; infiltrar-me em suas camadas secretas. Ele é uma pergunta no vazio; um questionamento insólito e extravagante por sua extensão. Um mundo desconhecido e enrequecido por sorrisos ternos quase infantis.
Fui andando pensando no quanto de liberdade ele trazia em si. Não se atrelava a nada que não lhe parecesse atraente. Quanto a mim, não me atrelo a nada que não se difunda com a ousadia. Esta é minha visão de liberdade. As minhas asas não são perfeitas, simétricas e parecidas com as de anjo, mas são as únicas que me dão segurança para um dia eu voar.
Enzo não possui asas. Ele voa sem elas. A ele pertence a verdadeira liberdade. Seu vôo não é condicionado; não tange à comprovação e permissão de nada; ele voa, eu vi. Num vôo que embarca nas necessidades criadas por si próprio, que somente a ele lhe é correspondente. Seu vôo é feito para si mesmo, rompendo as barreiras daquilo que se torna impossivel para os simples mortais. Ele faz parte do vôo da estirpe. Sua linhagem é de forças especiais. Traduz o belo e o incomum.
Queria ser conduzida para testar meu poder de passividade, mas no peito ainda existe o cavalo selvagem, que não obedece a destra; não sabe para onde ir, apenas se entrega ao delírio. O delíro hoje comunga do mais pleno bem estar que posso sentir. Não disfaço do dom da vida, mas o que ainda me atrai, é o inexplicável caminho da inspiração.
Espero fazer amizades; trocar palavras, sentimentos e sentidos para uma nova vida que se desponta a cada novo recado ou cada novas descobertas... Sejam bem vindos!
Adriana Vargas