FOLHAS CAÍDAS
(Davys Sousa, 2006)
Procuro alguém para me guiar,
Juntos na ultrapassagem do antes e agora,
Mas na impaciência do nosso olhar
Perdemos-nos, juntos, a areia beira a mar.
Te quero, assim, por toda eternidade
Em castelos de sonhares que sempre se constroem.
Te quero sempre
Sempre, sempre que teu corpo me tomar
Em rebenta ânsia de te desejar
Sempre, sempre que a lua lumiar o nosso lar.
Pedaços rasgados em meu coração,
Velados no tempo, poeiras de retratos, lembranças
E promessas esquecidas, fortaleza de ilusão
Que se quebram como um castelo de areia
Que se definha beira a mar.
Em castelos de areia que sempre definham
Refugia-se o desencanto a que me sinto desmoronar...
Procuro alguém para me guiar,
Juntos na ultrapassagem do antes e agora,
Mas na impaciência do nosso olhar
Perdemos-nos, juntos, a areia beira a mar.
Na ilusão, encontramos corações a flor da pele,
Feridas abertas, fortalezas criadas e impenetráveis,
Tudo está acabando... nossos caminhos se encontraram
Nas escuras temporadas de amor que passaram.
Se um amor se desfaz, se trai
Os lábios que já se tocaram (se acabaram?)
São beijos que queimam,
Paralisam a mente em incêndio
Que nos consomem e não quer cessar,
Cantando a vida como o silêncio
A espreita no seio do ar da noite
Que não quer se quebrar...
Dentro de mim, sinto-me em pedaços
Onde sinto frio como a ilusão de te encontrar,
Mas na impaciência do nosso olhar
Perdemos-nos, juntos, a areia beira a mar.
Davys Sousa
(Caine)