Enviado por | Tópico |
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Margarete | Publicado: 14/06/2010 21:08 Atualizado: 14/06/2010 21:08 |
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o amargo de outras roupas despidas no corpo ao caopoeta
gostei muito do poema, nasceu nele um texto. assim:
não me apetece escrever-lhes hoje, gastar o vão das palavras com gritos e desconforto. percebes que em silêncio se ouve melhor o coração. não me apetece falar-lhes hoje, só esta distância, exacta de ver o mundo e eu a perder-me. o mundo às vezes faz sentido. confesso que é nessa roupa que falas onde se fazem os meus textos. quase sempre só. chega dizer-te que amanhã ainda cá ando, a ler com vontade, a escrever. talvez depois me canse e faça fita, dê a volta à pele e me fique a ver de longe. sabe bem ampliar o corpo até à periferia dos sonhos. sem nexo. ficar só, ali. talvez então a distância procure outros espaços por onde escapar e o corpo anteceda o abraço. por agora não. nem pensar. ninguém me mata mais. agora não. não deixarei perder-me o coração. nem sinal dele. nem de mim. hoje não me apetece. fico aqui. já disse que fico aqui. e não me venham buscar que eu sou teimosa. escondo-me. um beijo, mar. |
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Enviado por | Tópico |
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Amora | Publicado: 14/06/2010 22:56 Atualizado: 14/06/2010 22:56 |
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Re: o amargo de outras roupas despidas no corpo
Nesse poema tão seu, a ausência tão doída é como uma 'mão gigante' asfixiando o que quer que seja.
Que coisa boa ler você. Beijinho. |
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