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Solidão

 
Solidão
 
A solidão arrebatadora abriu a porta
O frio sem acolhidas resfria a parede torta
Encostar as mãos no desgosto ao chorar
Lagrimejam as cobertas a soluçar

O menino de rua sente o tempo arredio
A estuprada pelo padrasto tem medo
A velha Senhora maltratada pelo filho degredo
A morta vida pinga gotas de fel em fio

O vadio sentir é amor estraçalhado no desterro
O peito aberto à sangria ao ventilar o erro
Calar e sofrer, no abafado amanhecer
Beijar línguas imundas e arremeter

A profunda fuga entre runs e vinhedos
Cegam a imagem, os refúgios do entorpecer
Afagado isolamento de tormentas e folguedos



Diana Balis

Edvard Munch, The Day After
 
Autor
DianaBalis
 
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Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 13/06/2010 09:07  Atualizado: 13/06/2010 09:07
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11099
 Re: Solidão
Diana,
Toda a miséria humana num belíssimo e forte poema social.
Beijinho
Nanda

Enviado por Tópico
eduardas
Publicado: 14/06/2010 10:37  Atualizado: 14/06/2010 10:37
Colaborador
Usuário desde: 19/10/2008
Localidade: Lisboa
Mensagens: 3731
 Re: Solidão p/Diana
Quasee me levaste aos "Miseráveis" e à capacidade do humano de se tornar mísero.

bj
Eduarda