Cria de Rua
Passa por meus olhos
O seu vulto molambo
Senta-se na via suja
Pedindo esmola, sentindo fome e frio
Passa por tantos olhos
E ninguém nota sua presença
Mas ele esta lá, e mais do que todos
Consciente e não alienado
O mundo anda alienado
E passando por ele
Que vê mais do que todos
Lho faz sorrir
Ele entende a crueldade
Da não atenção recebida
Da comida que lhe foi negada
E então ele chora
Em meio a seu pranto
Vê muita gente também
Chorando as injustiças da vida
E então se revolta
Ele rouba, vandaliza
Vira o mundo, cheira cola
E num assalto a mão armada
Ele é pego e preso
Quando sai um belo dia
Seus olhos já não são mais os mesmos
E a criança da lugar ao bandido
Que seria assassinado três meses depois.
Bruno Vieira