Poemas : 

momento

 


Aglutinemos nossas almas, talvez possamos dar um pouco de alegria à nossa infindável tristeza.

Sinto-o
sendo uma tábua rugosa de carne
carne que comeu uma boca expelida de fogo
taciturno
a casa do vertiginoso abismo
a casa deste espaço gravítico
a respiração deste espaço trincado pelos dentes achados ao acaso
a anca canta em cima da tábua de carne
ouvem-se nervos brilhando contra as partes do corpo
da anca
a beleza é o tempo da mão na anca
já foi tempo da beleza na anca da mão
de que serve este fogo taciturno
comendo a boca da tábua
no segredo de aqui estar vertiginoso
no abismal do sacrifício quando espanca o pensamento

 
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Caopoeta
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Enviado por Tópico
Margarete
Publicado: 12/06/2010 19:56  Atualizado: 12/06/2010 20:08
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 c'est à ce moment ao caopoeta
de Luís Miguel Nava:

"As mãos nos bolsos, como se com eles comunicasse o coração, às vezes aparecia por aí.
O nome que lhe tinham posto era, no entanto, demasiado para uma só pessoa. Trazê-lo assim sempre consigo abria-lhe feridas pelo corpo, onde as cortinas se metiam, agitadas pelo vento.
Não serei eu a negar que o raciocínio e a pele se contaminam, costumava-me ele dizer. Ainda hoje a pele ganha terreno ao coração."


tenho a boca da tábua a morder-me os dedos da mão direita.
como escrever?

um beijo,
mar.

Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 12/06/2010 20:12  Atualizado: 12/06/2010 20:12
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Mensagens: 7238
 Re: momento
a anca
espanta
encanta
espanca

o pensamento

corpo abismal
abismo de dor
e de prazer

mergulho sem rede:

sede
fome
fogo
ferida
de ser