UM DEDO DE PROSA
(uma cozinha cabocla, porta para a roça, um fogão a lenha e um dedo de prosa a tardinha...)
Ela: Ave Maria,
Seu Deodório!
Pra Itirapina?
Domingo?
Comigo?
Convém não!
(Deo, esticando conversa)
Vou ver Dora
Que chora
Co’a criancinha.
Deu parto
Na capital.
Ela: Esse matagal...
Ô seu Deodório...
Bota fogo logo
Senão...
Esconde logo
Outro peão safado
E dá cabo de seu empório.
(Seu Deo se aproxima perigosamente e com terceiras intenções)
(Ela dengosa):
Não seu Deodório,
Assim não...
Toma tento.
Ai, seu Deodório
Que sofrimento...
Se outra gente, pega a gente assim...
Nossa seu Deodório...
Nem carece tanto fogo
Tô tão sozin...