O que há depois do sonho?
(nada)
a vida é puta e tira-nos tudo
(caga)
queixemo-nos um pouco
(gritemos até)
chamemos por deus
(tenhamos fé)
culpa-me a mim pelos erros teus
(talvez sejam mesmo meus)
não quero saber a verdade
(não a sei)
já enfrentamos a realidade
(mas não gostei)
já fizemos de tudo
(mas não apaguei)
a culpa permanece em mim
(em nós)
persegue-nos até ao fim
(esta voz)
mentir talvez seja melhor
(eles sabem nossos passos de cor)
e agora qual a nossa direcção?
(não importa)
o destino é vaga ilusão
(não há porta)
como saímos desta merda?
(como disfarçamos a perda
constante?)
não obstante
a vida tem que seguir
por vezes é cortante
por vezes faz-nos cair
(batemos no fundo)
não há ninguém que te levante
que merda de mundo
(eu já nem tento)
No meu bolso sobra ainda
uma réstia de esperança
que ainda tenho de momento
uma fortuna nunca vinda
guardada na lembrança
(escondida)
perdida entre tanto sofrimento
Este poema não é um inédito. É uma versão mais extensa dum poema meu já aqui publicado.
Espero que gostem.
André Breik