O bosque estava lindo. O sol penetrando na ramagem das árvores, algumas seculares. Elas lá estavam imponentes, mas a imponência dessas árvores não davam para desprezar quem quer que fosse, bem pelo contrário, recolhiam os passantes sobre a sua bela sombra para assim se refrescarem e descansarem podendo até fazer uma retemperante sesta, as árvores, tinham o condão de os guardar
Duas meninas passeavam pelos campos, conversando, conversando, mas conversas que só lhes interessavam a elas, diziam mal das amigas e de todos em geral, chegava que alguém não lhes caísse em graça, pronto, lá começavam elas a cortar na casaca.
-Viste ontem aquela pelintra da Francisca, no baile? Não sei por quem ela se julga, um vestido que era vergonha mal feito e nada bonito.
-Vi, vi, disse a amiga, E reparas-te com quem é que ela dançou toda a noite? Com o filho do Notário.
Não sei o que é que ele lhe encontra, francamente!
-E reparas-.te que logo que havia um pequeno intervalo outras vinham se juntar a ela, não é que ela seja bonita ou inteligente, mas era porque ela dançava com o filho do Notário, puf, mania das grandezas....!
Uma linda Fada seguia a conversa sem que elas tivessem reparado, pois que as fadas têm a magia de serem discretas.
Mas ela não gostou nada do que ouviu. Aproximou-se das duas donzelas, e perguntou:
Porque será, que vocês só sabem dizer mal das pessoas que nada vos fizeram, e mesmo, se elas lhes tivessem feito algo de anormal, não precisam de andar a dizer mal, afastem-se simplesmente e esqueçam.
As donzelas coraram mas não se impediram de dizer à linda e gentil Fada.
-Mas o que é que tu tens a ver com as nossas maneiras de ser?, Ora mete-te na tua vida e deixa as nossas em paz, ou tens a mania de que és melhor do que as outras?
-Sim sou melhor, não gosto da vosso maneira de ser e vou as castigar por isso.
-Isso era o que gostávamos de ver, sai da nossa vista senão ainda levas um lamparina das grandes.
-As meninas estão erradas em tudo, não merecem viver como seres humanos e vou-as transformar
A linda Fada fez uma voltígens com a sua varinha mágica, os céus que tanto brilhavam, escureceram e as donzelas caíram no chão e começaram a rastejar.
-A partir de hoje, vocês passam a ser víboras, mas das verdadeiras, não daquelas que lançam o veneno de pé, não. Agora ficam a viver na mata e entre as pedras, assim as vossas amigas do vosso bairro, vão ficar descansadas e livres de vocês
A. DA FONSECA