Se por um lado pretendemos resgatar os valores culturais, do outro queremos valores que nos tão a garantia de estarmos presentes no mundo de hoje. A África, se encontra dividida no pensamento, e o desejo de resgatar a independência cultural é o traço de fracção. A integração aos valores do século vinte um passa a ser a dúvida que impede a nossa participação no mundo globalizado. A força dos costumes enraizados nas ideias, a aceitação as práticas dos nossos ancestrais como forma de preservação do que designámos valores de uma cultura, coíbe a viagem dos africanos para onde se encontra o mundo. E como se isso não fosse de certo modo a causa do nosso atraso, da nossa dor, da lágrima, da fome, do analfabetismo e subdesenvolvimento, defendemos tais práticas com unhas e garras.
Não é preciso um olhar profundo para o africano perceber que precisa construir um novo conceito de cultura, pois se nos perguntarem o que é? de certeza que é do conceito sociológico que vamos buscar a resposta, e uma vez ultrapassada a sua fronteira a resposta passa a ser filosófica, e isso interessa, ao invés de ficarmos presos nessa cela feita pelo medo de perdermos o que menos se enquadra no presente. Hoje, a vontade de fazer parte do mundo real, o respeito pela vida, a luta pela defesa dos direitos da pessoa humana, pela igualdade e liberdade e pelo sonho de aspirar e sentir sensações condignas, mostram que os africanos vivem uma realidade irreal, e, não é coisa do povo do ocidente como quem tira benefícios na dor dos africanos diz, é coisa de ser humano, de ser detentor do único privilegio de estar no mundo. Não vamos nos refugiar nos valores inválidos para proibirmos a nossa migração aos valores do mundo dos iguais, da justiça, da paz, da transparência e harmonia, é necessário uma reflexão sobre o que são valores com valores que servem para a realidade…
África dos pés descalços
pára aqui os seus fracassos
e abraça somente o sucesso
cultura é o seu canto
o som do seu batuque
o sonho que te segue…