Pesa-me o que não sei
Com a força intempestiva dos vendavais
Que tudo arrasta na sua fúria
Pesa-me o vazio
Pesa-me o abandono
Pesa-me no peito a nortada
Num tempo húmido e doentio
Caíram folhas novas, em pleno Outono
Subiram as águas na fria madrugada
Não, não as águas que correm no rio
As águas estagnadas, em lágrimas dobradas
No quarto húmido, tão velho, tão velho
Que encerra o mistério
Das coisas, sérias e recatadas
Embrulhadas em papel vermelho
Pesa-me o que não sei, sei lá
Talvez me olhem de lado
Talvez me vejam quarto fechado
Quem sabe um velho dirá
Ao ler o que nem eu sei, será o meu fado
E o velho dirá, é um verso desolado
Olharei o seu riso amarelo
Rir-me-ei virando as costas
Como me queres entender, se escrevi já estando morta
Antónia Ruivo
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Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...