Poemas : 

parideiras

 


mas nós, os das flores, para quem os caminhos do sonho não guardam segredos,
sabemos isso e todas as coisas mais que nos livros não cabem



Rasteja a lingua molhada,
ensalivada,
viscosa
deixando o muco translúcido
amarelecido pelo parir diário de trigémeos,
limite máximo de bastardos
permitidos na parideira.
Vêm acometidos os bastardinhos
de doenças múltiplas
acentuados pela falta de higiene das línguas,
suínas,
aziagas
que lhe sorvem a placenta peganhenta ao nascer.
Em cada dia que novos bastardinhos nascem
de roupas usadas os vestem,
no repulsivo acto de banho tomado
e cuecas sujas vestir.
Perde-se na memória os bastardinhos nascidos
e quando se repetem
as águas da bolha que lhe rebenta pelas coxas,
ninguém nota que sobre aquela ponte
as mesmas águas
vão mover os mesmos moinhos.
 
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Fake
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Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 06/06/2010 18:33  Atualizado: 06/06/2010 18:33
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 Re: parideiras
parideiras de abortos então...

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