Palmilho atalhos desguarnecidos
Em trôpegas brincadeiras de criança
Danço nos devaneios do nosso querer
Transformado em carícias de paliação
Tatuagens abandonadas
Nos recantos mais invisíveis
Do meu espírito gravadas
Como um corte de navalha
Rasgaste a minha pele
Imprimindo nela o odor
Que não consigo arrancar das entranhas
Os nossos corpos ficaram algures selados no tempo
Contemplo-te!
Deslizo os olhos pelos teus
Experimento uma paixão enorme de submergir neles
Selar os teus lábios com os meus
E sentir o fervor emanar de ti
Eremita das montanhas mais agrestes
Viajante das estradas mais intricadas
Onde o odor feminino perpassa nas margens
E deixa o teu espírito buliçoso
Num desassossego feito sinfonia
Onde os teus olhos se confundem com o mar
Em orgasmos de fantasia!
Fugir de ti, ignorar-te
É tempo perdido
Porque não se pode lutar
Contra o que está cinzelado no céu estrelado
Aprisionado no meu coração
Até à eternidade na minha mente guardado!