AS PUTAS DA RUA

às vezes apetecia-me deitar ao mar toda esta carga de ser mulher.sempre a fonte,nunca o rio que corre por si só.a causa e o objecto das frustrações,do amor,da inspiração,da revolta,do prazer,do ódio,da paz.uma espécie de mina de ouro e de caixote do lixo do mundo dos homens,simultâneamente.
puta,santa,mãe,amante,mulher casada,filha,irmã...sinto-me sumir no meio de tanto símbolo,de tanto papel atribuído.

gostava muito de me sentir pessoa livre de tudo isso.livre desses olhares.uma pessoa "apenas" com olhos próprios.mas é difícil quando o peso é tanto.
sempre penso nisto quando ouço a palavra puta,que não existe no masculino.

desculpa o "desabafo".sei que não me entendes.dizes saber o que é ser mulher,como tantos outros e outras.e eu preferia que não o dissesses,tal como não sei o que é ser homem,mas apenas ser humano.

beijo

alex

Ode às putas! O que seria de nós sem elas? Gostei do texto proposto. Foi forte, impactante e atual. Um abraço forte em ti, amigo poeta brasileiro!

apesar de tudo e todos adoro ser mulher, filha, mãe, e outros. não me interessam os olhares alheios nem as éticas impostas, porque sempre me senti e sinto livre.
aqui ujm belo poema que daria um belo debate.

bj

Que mundo masculina esse nosso heim? Seu estilo como sempre é fantástico, excelente poema. No fim as putas, os putos são todos seres humanos.