estou de uma forma ilegível, como a marca na folha debaixo de onde se escreve, que só um lápis pode desvendar.
saberei eu distinguir um gesto das minhas mãos dum movimento da minha vontade? será a pele o limite extremo dum toque ou o meio contínuo que liga as vibrações moleculares das sensações? saberão elas que me esquecem o porquê de querer tocar-te extinguindo-me o conteúdo, acendendo-te a forma na noite desta terra de emoções?
eram afirmações interrogativas, escavadoras de interiores desordenados, que na volta me descobrem a fonte de bem estar, também interior, a querer escorrer em rio até ao mar, que sem uma destas fontes nenhum rio poderá afogar o mal que nele está, apenas cobrir enquanto corre.
José Roque