A chuva fina que caía era poesia
E a voz negra do cantor era da cor da paz
Nem tudo é quando
Nem tudo é como
Uma procissão de reticências seguia muda
E lá fora a voz do eco é só o que se ouvia
Eco de tantas outras vidas ali adormecidas
E a chuva fria que caía era só poesia
Nem tudo é onde
Nem tudo é por que
Na última esquina, aquela depois do fim
Onde o tempo se esquece de esquecer
E a vida de repente já nem há
A fina chuva fria caía feito poesia
E uma árvore triste desmaiava delicada
Parecia toda ela uma longa lágrima guardada
E chorava como chorava o dia
Como chorava a poesia
E como chorava a própria chuva que chovia
Leandro Luz[b]Leandro Luz[/b]Leandro Luz[b]Leandro Luz[/b]