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Mediocridade

 
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Mediocridade
 
O calar dos pássaros
Pode ser um sinal
É chegado o momento
É chegado o final

Há muito tempo não sabe
Há muito desconhece
O que vem a ser o sorrir
Esse que não mais lhe aquece?

De forma cruel
O vazio lhe invade
Açoitando esse ser
Tão medíocre e covarde

De suas pequenas mãos
Esvaiam as gotas de esperança
Como se arrancassem do peito da mãe
A indefesa e frágil criança

E por um pequeno motivo
Ele procurou e chamou
Por uma diminuta razão
Ele rogou e implorou

Contudo, aprendeu
E o fez amargamente
Já não mais lhe importava
Seu interior doente

E dentro de si
Guardava suas dores
Todos seus medos
Todos seus temores

Chegou a acreditar
Que perdera seu coração
Colocava a mão no punho
E não mais sentia a pulsação

As lágrimas lhe batiam em faces
Ele as evitava com todo fervor
Estranhamente lhe queimavam a tez
Estranhamente lhe causavam mais dor

De nada sentia saudade
Seu passado lhe foi apagado
Mas em causa de quê?
Consequência de um coração gelado

Um coração que inocentemente
Em um labirinto se perdeu
Naquelas tortuosas trilhas
Aos poucos se desfaleceu

Tempo lhe demorou
Até lhe bater um pensamento
De que vale essa medíocre vida
Se não lhe cultiva nenhum sentimento?

Sentia um buraco no peito
A voz da indiferença lhe soava n’alma
Existia em sinistra tempestade
Onde ninguém chega e acalma

E há de chegar o fim
Dessa estranha existência insana
A terra não mais beberá
O pranto que ele derrama

As sombras hão de fechar seus olhos
O silêncio há de inquietar seus lábios
Seu coração parará de vez
Cessarão seu pensamentos sábios

Este dia longe não está
Insanidade já lhe é suficiente
Nostalgia não lhe prende aqui
Coragem é o que busca ardentemente

E quando chegado o momento
Não queres que chorem por seu final
Já que n’alma não existia vida
Já que a vida lhe era banal


* Nanda

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Ps.: Poema baseado em aspectos da segunda geração romântica (ultrarromantismo, mal-do-século)
 
Autor
Nanda_Vamp
 
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