Sonetos : 

A MORTA

 
" Ser uma pobre morta inerte e fria,
hierática,deitada sob a terra,
Sem saber se no mundo há paz ou guerra,
Sem ver nascer, sem ver morrer
o dia".
( Florbela Espanca)
**************************************************
Na última morada que me restou,
sou ser que não sustenta o vento,
que não aspira o ar da flor,
que não sorri em contentamento...

Estou assim, na perpétua guarida
Meus dedos em rigidez não mais te tocam
Sombrio corpo, em neve vida,
a morte enfim, meus seios alvos...

A lira não tem mais abrigo,
a folha em branco jaz morta,
o meu olhar em tom cativo...

Apenas vê essa cruel redoma
Soltei a lágrima do falso olhar
Morri pro mundo, verso sem paz!


"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)

 
Autor
Ledalge
Autor
 
Texto
Data
Leituras
829
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.