Hoje eu quero chorar,tenho direito!
Preciso derramar minhas cachoeiras existenciais,
Preciso nadar nelas, e depois sobreviver,
Na coragem, cimentei meus dias,presa...
Na loucura, misturei cérebros meus...
Hoje, eu me permito chorar, e sabe por quê?
Quero colar meus pedacinhos de alma, em lágrimas puras...
Quero alçar vôos rentes ao chão, ou nas alturas
Meus pesares jazem em costas de solidão...
Meus sepulcros morrem pela espera...
Me sinto em paz lá, onde perdi meus horizontes!
Mas, não perdi meu lenço branco, ainda está aqui,
Na minha mão calejada pela vida...
Na minha face, apenas uma linha sem guarida,
Quero paz, pra apaziguar meus erros,
Quero flores pra enfeitar meu túmulo,
Será que lá estão minhas estradas?
Ou, estou em vida, me atirando pra lá?
Se sou uma pequena gota num vasto oceano,
Que seja então um peixinho num aquário...
E que nade mascarando felicidade,
Pois, ele nada sem seguir adiante,
Está estático, e atrelado a um aquário fechado,
Como as portas da minha alma,
Quero abrir, e atravessar oceanos existenciais...
Medo de ser livre, não ter, nem que todas as lágrimas,
que possa vir a produzir em glândulas duras, sequem ao vento!
Mesmo sem lágrimas, pra sorrir de felicidade, terei vencido...
Hoje eu quis chorar, e o que realmente fiz, foi olhar pra uma folha de papel amassada pela angústia dos olhos...
Sequei as cores da poesia, e me enxuguei no lenço que se chama esperança!
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)