Era uma vez uma toupeira
Que por túneis andava,
Era grande aventureira,
Que das suas façanhas se gabava.
Um dia, de tanto andar
Foi dar a um túnel que não conhecia…
O túnel subia, subia sempre sem parar
Até chegar à superfície, e à luz do dia.
(Agora, meus amigos, prestem atenção
Pois as toupeiras só vivem debaixo do chão
E não podem a bonita luz do sol ver
Senão… ai delas! Acabam por morrer!)
A nossa toupeira subia, subia…
“Não vás por aí que encontrarás a morte!”
Disse alguém, já com pena da sua sorte.
Mas a toupeira,
A pensar na nova aventura, nem ouvia!
Quando ao fim do túnel chegou
A toupeira escavou, escavou
E finalmente a terra cedeu.
Aterrorizada, finalmente o aviso percebeu…
Mas já era tarde demais!
Morreu a nossa pequena toupeira
A grande e destemida aventureira!
Tirem desta história
Uma pequena lição:
Toda a mentira tem de estar escondida
Muito, muito abaixo do chão.
Não vá acontecer como à toupeira destemida
Que morreu por ter subido,
E, sem se dar conta do aviso,
Ter visto a luz do dia, ter sido descoberta.
Poemas originais por Tânia Oliveira (Direitos reservados)