Nada mais ela tem que impeça a chuva cair e faça o sol brilhar ao longo da semana. São noites frias e sombrias, pedras de gelo que caem do céu infinito e ferem o seu coração. Ela escuta e tenta devolver a palavra, mas parece que quanto mais fala, quanto mais grita para que seja ouvida, menos a sua voz se ouve... menos importância tem. Anseia por um lugar quente e reconfortante, que a faça sentir que não está sozinha e que não luta por algo impossível. Esse lugar parece estar tão longe... quanto mais tenta alcançá-lo, mais se afasta de si. Quanto mais o deseja, mais se torna numa luta sem fim. E ela ali se encontra, ainda com o vestido branco pelos joelhos sentada no chão frio e molhado com os seus cabelos loiros pela cara, mas já não espera que a salvem: ela não acredita em príncipes encantados.
Dalila