O espírito do tempo pisa no chão dessa existência
vagueando no mundo singular da poesia mansa
onde não há substância, pois nela impera o abstrato.
Vou dizer do mundo.
Mundo? Que mundo!?
O mundo onde a claridade aniquila até o tédio mais profundo
e faz revelar aos sons cativos do vento a voz inquieta
de menina, mulher ou de poeta.
Tudo se iguala num cingir de estrelas,
pacificando os dias de horas desgarradas
movendo o coração que habita sem fronteiras
nesses infinitos sonhos de paisagens codificadas.
Bendito verso meu que como as nuvens do céu se dispersa
e faz chuvas no meu mundo que não tem dono,
onde a palavra viva na alma está imersa
em cada rima que no virgem papel eu abandono.