Meu corpo de Outono
Meu corpo é terra retalhada...frio Outono
Morre aos poucos...na sombra dos meus dias
Nas cinzas eternas...onde caminha o sonho
Vive o desengano...no ontem de alegrias
Perdido na dor...meu corpo chora por mim
Invade meu peito...com o seu silêncio
Na sombra das palavras...na ausência de ti
É folha ressequida...nas cinzas do tempo
No adeus do meu corpo...vive a saudade
Na noite do meu olhar...uma surda agonia
Uma sombria escuridão...sem encontrar claridade
Nesta eterna mágoa...caminho sózinha...vazia
Perdeu-se no tempo...o ontem de felicidade
Esgotou-se na vida...nos anos...nos dias
Nos ressentimentos...perdeu-se a mocidade
No meu corpo vazio...ficaram as noites tão frias
No amargo gosto da solidão...escurece o dia
As madrugadas são feridas...no corpo...na alma
A noite tão escura...testemunha da minha agonia
Meu olhar é Inverno...bruma da minha mágoa
No vazio do meu olhar...arde a solidão
Dentro do peito...o grito da minha dor
Na memória...guardo o tempo...a ilusão
No meu corpo...guardo o silêncio do amor