Todos em Órbita…
Você olha o céu todos os dias?
Eu vejo o céu todos os dias… No céu esta a configuração básica do sistema solar, e através dela posso entender o universo…
O que você vê no céu, pode não ser o céu mas o seu próprio céu…
O meu céu me surpreende, o meu céu me move e alimenta. Céu que também tem sol e as estrelas o cercam. E os planetas giram em volta dele, também… E quanto mais próximos do sol mais rapidamente giram… É assim que as estrelas iluminam nosso universo, com seus brilhos viajantes...
Mas não é fácil chegar as estrelas, elas são mesmo inacessíveis. A luz delas leva séculos para chegar até nós… Estão afastadas, a milhares de anos-luz…
Às vezes me imagino mais próxima ao astro rei... Nestas ocasiões giro tão rápido que me transporto para outros espaços envolta naquele calor, do qual se muito perto me aproximasse, desapareceria… Mas não quero estar tão próxima, receber a luz dessa grandiosa estrela já me basta, já me aquece o suficiente, já me permite viver a vida…
Mas há também a lua… Ela nos mostra, nos ensina como não ter luz própria e ainda assim estar iluminado, e iluminar… Podemos aprender a força das marés, sempre em vazante e montante... E são tantas fases influenciando os mares, e energizando nossa vida...
Prestando atenção nesse satélite da terra, podemos ver os planetas... Sempre narcisistas, como o ser humano, no seu movimento em torno de si mesmo... Em torno do seu próprio eixo… Rotação. Mas ao mesmo tempo também ensaia seus passos de dança no movimento de translação, é quando demonstra que sente a presença de outros elementos do universo e os reverencia…
Um desses movimentos dá origem aos dias e as noites… Que poderiam ser entendidos como labor e lazer, transparência e mistério, coragem e medo… Mas não há rigor nestes signos, porque a luz do dia, que é dádiva da vida, necessita também do aconchego da noite, do escuro que se acende no encontro consigo mesmo…
E o outro movimento? Este dá origem as estações do ano… Estações… Cada uma mais propícia ao ciclo existencial, interagindo com o ecossistema e as relações humanas nas suas mais diletas emoções. Primavera, verão, outono e inverno. Cada uma delas guardando a sua beleza e fazendo promessas, que perduram na repetição deste ciclo perpétuo.
Numa estação surgem as flores, revigora o ambiente na beleza e delicadeza da paisagem… Na outra aquece, madura os frutos, multiplicando os afetos… Aquela nos faz ver e sentir, o significado das folhagens ao chão, uma ansiedade exultante, e angustiante que anuncia que é hora de colher… E a seguir o oásis que se apresenta com o cair das chuvas, lembrando que é novamente tempo de plantar…
Uma lição e tanto… Ver as coisas como realmente são, poderia ser simples, não fora a nossa própria mente, o grande impedimento. Sempre que conseguimos romper esta barreira psicológica, mudamos a nós mesmos e ao mundo.
Por esses motivos às vezes quero ser sol, às vezes quero ser lua… De ti.
Ibernise.
Indiara (Goiás/Brasil), 30.05.2010.
Núcleo Temático Educativo.