INSENSATEZ
Elen de Moraes
Dói a tua ausência!
Choro a tua falta...
As tuas lembranças
que se misturam
às brumas do meu pranto,
vão e vêm... como a cerração
que encobre os vales
nas madrugadas invernais...
Nessas noites encapeladas
pela desilusão,
nessas horas mortas,
vazias de amor,
quando os teus fantasmas
me atormentam
e fazem com os meus sentidos
uma orgia sem fim,
eu rolo na cama...
E me perco
entre os lençóis do meu desejo...
Sofregamente,
beijo o teu vulto sedutor
que trago gravado na memória,
em ferida aberta no meu peito...
Ó noite envolta de amarguras,
coberta com a manta inglória
das perdidas ilusões,
manchada pelas desventuras
que encrespam minha alma,
amanheça!
E traga com o sol,
de volta, o meu amor,
a minha eterna paixão...
Ou me adormeça de vez!
E apague em mim essa dor,
essa minha insensatez!
Rio de Janeiro,Br