Englobaste na ironia dos sonhos,
em que a sorte te chama a ti,
e se esquece de mim,
meu coraçao tenta chorar por ti,
mas resta-me só o fado que dancei naquele luar.
Luar onde tu e eu fizemos amor,
dançando tango, dançando fados,
onde as ligas tinhas,
onde vestias para seduzir,
onde os seios cubrias,
do pó talco fino das estrelas,
e perfumavas-te com aromas ignobis,
tudo era pensado,
tudo era sentido,
nada era falado,
tudo era intenso,
tudo era mágico,
tudo era o nosso fado,
das noites estranhas
de amor louco, ao som da luz do luar,
aquele que sabe descrever os teus movimentos,
de a seduzir para matar,
matas-te-me nos beijos que perdi nos teus seios,
nas mãos que percorreram as tuas pernas,
enquanto o meu corpo saciava o teu amor,
noite ingrata,
de amores loucos, perdidos no tempo e espaço...
e assim busco sombras, das danças negras,
que tu e eu sem razaão viviamos...
que tu e eu deixamos de viver,
estes amores loucos...
de noites soltas,
onde as canções se ouviam aos sons,
de gemidos que eu tirava notas de ti sem fim,
e nesse tocas de espelhos d'alma,
toquei em ti toda a noite,
músicas de sentidos,
músicas de sentimentos...
que agora... resta-me este triste fado...
de andar perdido, no tempo e no espaço...
das danças perdidas naquelas noites,
tocadas ao ritmo das nossas bocas,
viciadas em ópium... viciadas em beijos,
viciadas em corpos, viciadas em sentidos...
e agora nas muralhas abençoadas,
por marés encrespadas...
largo as lágrimas de um coração maltratado,
que já não chora...
que não grita...
fica...
fica perdido no tempo...
aqui, ali e além...
onde andou ele a dançar as imortais danças do desengano,
e agora perdido nas sortes de feitiços e magias...
lá escreve e reescreve no seu coração,
cada pedaço dos momentos em flash's que nada são,
e tudo são...
que nada permaneceram... porque não são eternos...
mas eternizaram na mais sensivel das almas...
que apaixonou-se sem se poder apaixonar...
que ama sem poder dar conta do que sente...
sem poder suportar...
o que o seu coração vibra a cada luar...
o que o seu coração persiste... em recordar...
Triste fado...
das almas de veludo...
que fingiram que amam... e no desengano...
amaram, com toda a intensidade,
e agora apaixonados, amam...
amam nas brumas etéreas,
que persistem em passar por eles,
a cada rebentar de onda,
a cada suspiro de rola,
que os seus viveres sejam tocados...
congelo-me nesta mentira...
que de verdade...
só tem o que se sente...
Alexander the Poet