Logo, meus amigos, lhes diria,
Se aceite fora meu velho dizer
Na dura náusea da insistência,
O que a vida de novo vos traria
Por entre orgasmos de maldizer
Ou frases feitas sem sapiência
Que vos ofendeis com a mestria
Achada em velhos ébrios sem valor.
Vós, génios da verbal ditadura
Cuja virgindade assim perderia,
Em vossas mãos nuas e sem pudor,
A sua língua tão jovem e pura.
Sabeis então que o Sol vos queimaria,
Vos empurraria para sombras escuras
Prostradas num chão tosco e só,
Nascido do vento fraco da maresia
Como fracas são as vossas figuras
Com os dedos enrugados, cheios de pó.
Erguei um pouco o véu de vossa cobardia,
Saciai aqui a vossa mesquinhez animal
Que se agiganta do ego sujo e pueril
Disfarçado por letras de sabedoria,
Lágrimas vindas da ofensa mortal
Que se rasga na pele, no silêncio vil.
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma