O desassossego é este sossego
Que de tão sossegado nada faz
E eu à rebimba me entrego
Como escravo ao capataz
Sem ter o corpo transudado
Sem um campo de cultivo
Tenho o olhar equiparado
Como se à vida eu sobrevivo
Que de tal feição me arremessa
Que eu nada posso arremessar
Apenas granjeio a vida avessa
Pois seus frutos vêem usurpar
Sossegarei sim um dia
E a terra para laborar deixarei
P'ra quem desassossego repudia
Ainda que sossegado eu sei