Sentada sobre um pedaço de concreto
Olhando além, para tentar enxergar onde meus olhos não alcançam
E o pensamento não chega. Buscando encontrar a razão, a direção
Ou algo que me tirasse aquele vazio incessante.
A árvore balançava, os carros passavam frente minha visão
O vento soprava e apenas uma folha ao chão,
Nas galhas havia milhares, mas aquela era única ao solo
Ainda amarelada, longe de chegar ao ponto maduro
E esfoliar-se, decompondo ao chão.
Catei-a e coloquei sobre meus dedos,
É um mimo notar que como eu ela também estava ali abandonada
Vai saber de que modo traumático ela havia se separado de sua raiz
Dos seus irmãos de galho, e que tipo de sofrimento e tortura ela passou
Para ser arrancado do alto até cair no estranho chão sujo,
Com o calor da calçada entranhando em sua textura, modificando
O teu humor e deixando-a perdida.
RegianePeroso
RegianePeroso