Nos espelhos de água do lago
posso ver o vislumbre de teu
rosto, sorrindo para mim, nessa
tua gratidão imensa por viver.
Cai uma folha na água, que em
círculos bruxuleia tua face e
chega até mim o teu despertar,
para o dia de nossos dias afins.
De mãos nuas na água tento
aproximar-me de ti nos semi
círculos que a folha deixou
aquando da queda da folha.
E dois cisnes contemplam o
cenário idílico do lago, comigo
acariciando a tua face terna
e meigamente purificada.
Jogo uma pedra na água e tu
te repartes em miríades de
rostos, sempre com um sorriso
nos lábios que a água transporta.
Apareces por trás de mim cingindo
os meus olhos e sorrindo nos
abraçamos e nos beijamos sem
par, apaixonadamente crentes.
Jorge Humberto
23/05/10