Amo-te
como a força dos ventos
em ressaca no litoral.
Amo-te
como a febre sem cura
que devasta a nação medieval.
Amo-te
como a pureza do Luar
que muitas vezes
esconde-se timidamente de nosso olhar.
Amo-te
como a correnteza de um rio
que se apresenta ora arredio
ora serenamente condutor de um navio.
Amo-te
como o voo de um pássaro
que de cima observa o seu fracasso,
mas aterrissa quando sente-se seguro em seu espaço.
Amo-te
como a imponência de um cavalo
mostrando-se forte pelo porte,
mas trêmulo pelo simples soprar de um vassalo.
Amo-te
como a autoridade de um leão
que, na defesa de seu reinado,
morre-se sem lágrimas de hesitação.
Amo-te
como a magia da música
que de Flor impregnada
impossível fazer-se d` Alma separada.
Amo-te
como a formiga que separa os grãos
julgando-se satisfeita com as migalhas do chão.
Amo-te
como o desvario de um insensato
que já pensou poder as Estrelas
um dia alcançar com seu tato.
Amo-te
mesmo que sempre só eu me levante,
pois que mesmo um Grande Amor nunca Amor igual pode conquistar
quando se nasce p`ra sozinho por esta vida passar.
Amo-te
perdidamente e de forma incondicional
feito cordeiro que entrega-se com lágrimas de gozo
por olhar os olhos de quem segura o punhal.