Eu vim de longe, de muito longe,
Não trouxe nada comigo,
Deixando para trás um grande amigo,
Porque o sonho era maior que hoje.
Corri cidades buscando generosidade,
Deparei-me com portas fechadas,
Embora nas ilustres fachadas,
Apelassem à reciprocidade.
E assim vaguei, feito vagabundo,
Trazendo comigo só as minhas poesias,
Corri noites e enfadonhos dias,
Para conquistar o mundo.
Serviu-me a desdita para aprender
Co a vida e logo passava para os papeis
Todos os meus receptáveis ministreis,
Que eu nunca descurei de esquecer.
Viajei Europa fora, conheço o mundo
De lés a lés, mas isso não ma basta,
Se o que sobrou de minha casta,
Foi sou um buraco aberto e sem fundo.
A minha história todos conhecem,
Coisas de adolescentes e pouca informação,
Ah, mas sobrou-me o louvável coração.
Que a todos, sem excepção enriquece.
Que me importa a má língua, não sabem
O que é a vida nem o que esta nos dá.
E andam neste mundo ao deus dará,
Porque na sua pequenez não cabem.
Por fim chegou-me o amor, que julgava
Perdido para todo o sempre,
E eu sou como à semente,
Encontra o seu caminho onde a terra detestava.
E assim, meu amigos, me despeço,
De todos vocês, desejando-lhes paz
E que tenham sempre um gesto capaz
Eis tudo o que lhes peço.
Jorge Humberto
27/07/07