Sei que sou um guerreiro!
Mas um guerreiro que está sempre na defensiva
Como um clube em que a táctica é o contra-ataque.
Um contra-ataque que pode ser muito venenoso
Pois que o contra-ataque é sempre um gesto perigoso.
Sei que sou um guerreiro
Quando as minhas muralhas
São escaladas por gente sem escrúpulos, serei primeiro
A enviar o óleo a ferver que vai ferir os atacantes
Aqueles que me ferem têm sempre a resposta adequada.
Sou alguém de um carácter doce mas não sou marmelada
Sei que sou um guerreiro.
Mas prefiro as guerras de amor, as lutas corpo a corpo
Mordendo os lábios da bem amada com o prazer maior
Beber a água salgada, dos seu olhos plenos de desejos
E eu vingo-me, sou voraz, carrego a minha arma de beijos
E disparo em todo o seu corpo, faço-a contorcer de prazer
Sei que sou um guerreiro.
Uso as minhas flechas envenenadas carregadas de mel
E ela também se defende lambendo o mel do meu corpo
E eu, guerreiro animal, deixo-a atacar até ficar morto.
A. da fonseca